Você sabia que o Atlético é hexacampeão do Campeonato Mineiro? Somos. E a busca é pelo hepta!
Esse não é um pós-jogo comum. Claro, vou trazer um resuminho da partida, mas, para mim, a história é mais essencial. Você, leitor, acredita em ressignificação? Na Teoria da Comunicação, o modelo de Lasswell diz que a comunicação é intencional, consciente e voluntária. E o que isso tem a ver com futebol?
Ora, vamos tomar como exemplo o futebol masculino. Aqui em Minas Gerais pouco se valoriza a Copa Conmebol, que o Atlético venceu em 1992 e 1997, portanto, bicampeão. Lá no Rio de Janeiro a história é outra. A taça vencida pelo Botafogo em 1993 é a linha que permite afirmar que o Fluminense é o único carioca dos quatro principais times do estado que nunca venceu um campeonato internacional. Então, pala os cariocas, vale muita coisa.
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Voltando ao futebol feminino e às Vingadoras: a ressignificação é um método neurolinguístico para atribuir novo significado a acontecimentos através da mudança de sua visão de mundo. Muita gente acredita que o futebol feminino nasceu em 2019, mas não é bem assim.
O Campeonato Mineiro Feminino começou em 2005 e está na sua 17ª edição. Inclusive, era por meio dele que as equipes se classificavam para a hoje extinta Copa do Brasil. Atualmente o estadual dá vaga para o Brasileirão Série A3, implementada para 2022.
As primeiras campeãs estaduais de Minas Gerais foram as mulheres do Tupinambás, que venceram a equipe do União na final. O primeiro título do Atlético veio logo em seguida, em 2006, vencendo justamente a equipe campeã da última edição. O nosso Galo foi tetracampeão seguido entre 2009 e 2012 e o último e sexto título foi conquistado em 2020 sobre o rival Cruzeiro (e o banco tá como?).
Para registro, as maiores campeãs do estado são as Vingadoras, com 6 títulos, o América vem em seguida com as três conquistas de 2016, 2017 e 2018 e Iguaçu, Ipatinga, Tupinambás, Nacional, Neves e Cruzeiro têm uma taça cada.
Já ouvi dizer que esses títulos não contariam, pois foram uma versão amadora do futebol feminino. Dói meu coração em dizer isso, mas nós deixamos de ser amadores em algum momento? Então, para mim, todos os títulos do Campeonato Mineiro desde 2005 são válidos.
E porque você começou falando de ressignificação, Malu? Nós atleticanos fazemos a história do Galo, tem sido assim desde 1908. Se aceitarmos que seremos bicampeãs do Mineiro, o que historicamente já é um feito gigantesco, é assim que ficaremos marcadas. Ano que vem seria o tri e por aí em diante. Mas a verdade é outra!
Cabe a nós mudarmos essa história agora: somos hexa e vamos rumo ao hepta! As adversárias serão definidas hoje (7/11) entre Ipatinga e Cruzeiro. O time celeste tem vantagem de dois gols e decide em casa.
E como chegamos nessa condição? Bora para o pós-jogo porque a professora Lindsay Camila ainda não sabe o que é derrota com as alvinegras!
As Vingadoras enfrentaram as Spartanas em mais um mata-mata — depois das quartas de final do Brasileirão Série A2 2021 — e confirmaram a freguesia do time alviverde. Em duas oportunidades, vencemos: o jogo da ida por 3×0 e o de volta por 1×0.
O jogo começou morno, as Vingadoras atacavam mais, mas pecavam muito na finalização. A equipe do América chegou forte e acertou a trave da nossa goleira Coimbra. O jogo caminhava para um empate sem gols.
Fala, Lindsay!
“Acho que a gente poderia ter jogado muito melhor do que jogamos, não fomos bem. Acho sim que a gente acabou, mesmo sem intenção, dando uma relaxada, e não pode existir isso. Estou contente por estar em uma final, mas não com o que a gente apresentou hoje”.
No segundo tempo, a missão das Spartanas era ainda mais complicada e as Vingadoras não deram mole. As adversárias têm uma característica muito marcante que é uma defesa consistente e um meio muito forte, que também ficou evidente.
Bastou um vacilo da zaga para a Iara, nossa baixinha gigante, roubar a bola e chutar de canhota cobrindo a goleira Deka, que estava fazendo uma excelente partida e salvou o América em diversas oportunidades. A bola caprichosamente bateu na trave e morreu no fundo do barbante. As Spartanas ainda tentaram o caminho para o gol, mas o placar terminou com vitória simples das alvinegras.
FICHA TÉCNICA
Spartanas: Deka; Mayara, Nayara, Hingredy, Sabrina; Dani, Brenda, Agata, Dilene, Karol Mineira, Carol. Técnica: Nádima Skeff
Vingadoras: Coimbra; Sofia Sena, Flávia Gil, Hilary, Jaque; Bruna, Dayana, Aninha; Iara, Soraya, Cinthia. Técnica: Lindsay Camila
Arbitragem: Erik Giovanni Fernandes
Auxiliares: Vivaldi Pedro Baeta e Juliana Nascimento da Silva