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Para começo de conversa, o Atleticanismo nada tem a ver com a conquista de taças. O atleticano é o torcedor mais forjado na injustiça e nas batalhas de toda a história do futebol mundial, quiçá.

Estes relatos que serão contados, partirão de 99, que é a partir de onde este autor se lembra dos fatos (e os sente até hoje).

Quando tudo parecia que iria acontecer, quando Guilherme marcou 3 gols no Corinthians em 99, no primeiro jogo da final (o primeiro deles aos 15s de jogo), o árbitro Márcio Rezende de Freitas, já no segundo jogo, num lance claro de mão dentro da área (dessas que hoje seriam mais do que escandalosas, já na época o eram), que poderia mudar toda a história daquele jogo e abreviar a espera pelo tão sonhado bi-campeonato brasileiro, decide ignorar o toque de Indio.

Mais tarde, em 2001, com um time invejável, capitaneado por Valdo, e com grandes jogadores como Ramon Menezes, Djian e Álvaro na zaga, sim, era um belo time.

São Pedro, no auge de sua fúria, despejou um aguaceiro sem precedentes no Anacleto Campanella, fazendo com que o jogo ficasse impraticável, e em bolas fortuitas, o “sortudo” atacante Magrão, guardasse duas bolas nas redes de Veloso e adiasse mais uma vez a segunda conquista do Galo.

Amamos o Galo: Guilhereme, um dos maiores artilheiros da história do Atlético-MG / Reprodução: Redes Sociais

Muito tempo se passou desde então, com muitos Tessers & Catanhas passando pelo Galo, a dolorosa (mas necessária) queda para a Série B ocorreu em 27/11/2005.

A torcida Atleticana, como sempre apoiou e lutou com o time até a última rodada.

Aquele Mineirão antigo pulsava, praticamente todos os jogos foram com grande público.

Quando as coisas não pareciam bem, aos 51 do segundo tempo, contra Portuguesa (que foi nosso algoz em 96) Galvão, de cabeça enfaixada mudava os rumos do Galo no campeonato.

Daí pra frente a história vocês já sabem. Marinho, Marcinho, Danilinho, Galvão, foram importantíssimos na volta à Série A.

Daí pra frente outros anos difíceis vieram pela frente, como uma tentativa de ser firmar novamente na elite, outros Feltris & Weltons apareceram e passaram por aqui.

Em 2009, com a chegada de Tardelli, tudo parecia encaminhado, naquele campeonato com o improvável (quase) herói Celso Roth.

Diego Tardelli / Atlético Mineiro
Amamos o Galo: Diego Tardelli, ídolo do Galo / Divulgação: Atlético Mineiro

Mas não tinha que ser ali.

Em 2012 chega Ronaldinho, com muita vontade de recuperar seu futebol, com confiança de Cuca e Kalil, e transforma o vestiário, nos levando a um vice-campeonato, onde o campeão Fluminense foi muito ajudado (mais uma vez) pela CBF.

2013 veio a Glória. Um grito libertador em 25/07/2013 foi ecoado em mais de 8 milhões de vozes por todo o mundo. Victor como o grande herói da competição, foi ali eternizado e canonizado sem nenhum rito formal. Também, né? Depois da defesa do pênalti do Riascos, a defesa na cobrança de Maxi Rodriguez na semi, não tinha como ser diferente.

Em 2014, o famoso “raio único” caiu em BH duas vezes no mesmo lugar, em uma das campanhas mais difíceis de um campeão de Copa do Brasil, o improvável herói Edcarlos e depois Luan maluquinho, fizeram o inacreditável sair do dicionário do Atleticano. Eliminando o “classificadasso” chegamos com muita força na Final, contra o ex-rival, e este, cá pra nós, foi o nosso adversário mais tranquilo.

Atlético Campeão Libertadores 2013
Amamos o Galo: Atlético-MG, campeão da Libertadores em 2013 / Divulgação: Atlético-MG

2015 foi próximo. Mas o Corinthians tinha um time melhor e mereceu.

Já em 2020, após catastróficas eliminações para Unión-ARG e Afogados (do goleiro de boné), a queda de Dudamel, Marques e Rui Costa, mudou o patamar do Galo, para sempre.

Vieram Alexandre Mattos, Sampaoli com ideias de jogo modernas e mudanças de mentalidade na cultura e estilo do time. Por 3 pontos a espera não acabou ali.

Leia Mais: Atlético-MG não vai comprar volante querido por Cuca

Em 2021, tudo já começou normal em MG, Galo campeão mineiro. Melhor time da fase de grupos da Libertadores, sequência mais difícil da história pela frente nos “Playoffs”, Boca e River foram presas difíceis, mas o Galo atropelou. Em raro lance de erro, Hulk jogou pra fora a possível bola da classificação em São Paulo.

Mas de Hulk, vamos falar agora: um jogador com renome mundial, já tendo sido um dos mais bem pagos do globo terrestre, volta ao Galo, conquista seu lugar no time, e no coração de TODOS os atleticanos, com gols, assistências (beijo e coração pra vocês), e muita luta dentro de campo, conduziu o Galo a nossa glória, ao título tão esperado, ao grito entalado na garganta de muitos (e que outros tantos, infelizmente não conseguiram soltar).

Cuca merece menção no nosso texto também. Veio com enorme desconfiança e vários problemas pessoais, aos poucos foi conquistando a confiança da massa, trazendo inteligência e padrão ao time, se sagrando de uma vez por todas, o maior técnico da história do Galo.

Amamos o Galo: Arena MRV, o sonho do torcedor do Atlético-MG / Foto: Divulgação

Por fim, é nítido que uma nova era de vitórias começou, muitas taças e conquistas vêm pela frente, juntos à Arena MRV.

Mas NUNCA poderemos esquecer a essência do Atleticano; o Galo!

Texto: Marco Geves / Canal Bica Galo

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